quarta-feira, 7 de março de 2007

Agora sim, tecnologia na ponta dos dedos



Vão-se os botões, ficam-se os dedos. A nova tecnologia que vem revolucionado o mundo dos "brinquedos eletrônicos" de uso pessoal, tem como destaque a substituição dos teclados e botões, por simples toque com um dedo em uma tela. Um forma rudimentar dessa tecnologia e conhecida como touch screen(inglês), bastante utilizado nos caixas eletrônicos de alguns bancos. Quem assistiu o filmes Minority Report - A nova lei, pode ver o ator Tom Cruise manipulando imagens 3D com as mãos. Essa e a ideia do iPhone, aparelho telefonico que além de fazer chamadas e acessar a internet, também toca MP3, cheio de funções que podem ser acessados com apenas o toque do seu dedo.


O iPhone não é pioneiro no sistema touch screen, mas o alarde em torno de seu lançamento ajudou a chamar atenção para uma nova geração de aparelhos que o utilizam. Também há um mês, a LG lançou um celular de luxo, que usa o sistema, em parceria com a grife italiana Prada. O modelo, batizado de KE850, oferece recursos equivalentes aos do iPhone e custa 780 dólares. "Os celulares se tornaram uma espécie de canivete suíço digital, com inúmeras funções espremidas num espaço pequeno e confuso. O sistema touch screen soluciona esse problema", diz Robert Nalesnik, diretor da Broadcom, empresa americana que produz chips. No fim de janeiro, a Hewlett-Packard iniciou as vendas do computador TouchSmart, que permite executar tarefas como movimentar fotografias e escrever apenas movendo os dedos na tela. A empresa vislumbra seu uso como um PC complementar da casa, destinado a ficar na sala ou na cozinha e servir à comunicação entre os membros da família. O teclado e o mouse não se tornarão obsoletos na era do touch screen, mas a nova tecnologia permite que os computadores ofereçam recursos adicionais.

Fonte: Veja



Em busca da Inteligencia Artificial

A ciência fez notáveis avanços no conhecimento do cérebro na última década, principalmente devido ao uso da tomografia computadorizada e da ressonância magnética. Hoje já se sabe onde nascem as emoções e a memória. Descobriram-se as regiões onde se processam o aprendizado e o prazer. As grandes questões relativas ao cérebro, porém, continuam sem resposta. Como se produz a consciência? De que forma surge o raciocínio? Um grupo de 35 pesquisadores da Universidade de Lausanne, na Suíça, desenvolve atualmente um projeto destinado a elucidar esses enigmas. Com a ajuda de um dos computadores mais potentes do mundo, capaz de realizar 23 trilhões de cálculos por segundo, a equipe dedica-se a construir uma réplica digital do cérebro humano. A máquina será capaz de reproduzir de forma artificial os mecanismos cerebrais da inteligência. Para isso, será preciso simular a ação dos 100 bilhões de neurônios cerebrais. Os cientistas, liderados pelo biólogo sul-africano Henry Markram, esperam completar a tarefa em duas décadas. No fim do ano passado, o grupo comemorou a conclusão da primeira etapa do projeto, na qual se chegou à cifra de 10.000 neurônios digitais interagindo no supercomputador.

Os 10.000 neurônios digitais já estocados pelo projeto correspondem a uma coluna neocortical, emaranhado de células do tamanho de uma cabeça de alfinete que existe no cérebro de todos os mamíferos. Um milhão dessas estruturas formam o neocórtex cerebral humano. A escolha dessa porção do cérebro para a pesquisa não foi aleatória. As colunas neocorticais estão envolvidas em vários processos fisiológicos, entre eles a visão, a audição, o raciocínio abstrato e a criatividade. "São cérebros em miniatura", define Markram. Para a montagem da coluna neocortical digital, os cientistas usaram cérebros de ratos. Os impulsos elétricos dos neurônios dos roedores são enviados através de sensores ao supercomputador, que os replica em forma digital. O cérebro artificial de Lausanne já simula a troca de sinais elétricos, mas não a complexa interação química entre os neurônios. Segundo os pesquisadores, isso será feito mais à frente.
Para tocarem o projeto, os cientistas apostam no desenvolvimento de chips cada vez mais possantes. Hoje, o supercomputador usado no projeto tem o tamanho de quatro geladeiras colocadas lado a lado. Com a tecnologia atualmente disponível, para digitalizar os 100 bilhões de neurônios do cérebro seria preciso um computador do tamanho de quatro estádios do Maracanã. O desenvolvimento de máquinas que reproduzam a inteligência, capazes de raciocinar por si próprias, é um antigo sonho do ser humano – e também um de seus pesadelos recorrentes. Quando a ficção científica trata da inteligência artificial, quase sempre ela se volta contra os humanos que a criaram na forma de robôs insubordinados – como no filme Eu, Robô, do diretor Alex Proyas – ou de computadores rebeldes, caso de HAL 9000 no clássico 2001 – Uma Odisséia no Espaço. A psicologia explica que essa vilania atribuída pelo homem às máquinas que pensam é resultado do temor inconsciente de que um dia elas o substituam. Os cientistas de Lausanne, aparentemente, não sofrem dessa síndrome.





Fonte: Revista Veja.