sexta-feira, 3 de setembro de 2010

3D e tablets roubam a cena na IFA, em Berlim

Débora Fortes, da INFO



Débora Fortes
3D e tablets roubam a cena na IFA, em Berlim
O paredão 3D da Panasonic: tem até espera para usar os óculos

Chrome: 2 anos e nova versão estável

Há exatos dois anos, a Google surpreendeu a todos ao lançar o Chrome, seu próprio navegador Web, montado em cima do renomado motor WebKit e trazendo conceitos inovadores e pouco explorados à época, como múltiplos processos paralelos, comportamento do programa como sandbox e interface minimalista, com direito a abas no topo da janela quando todos os concorrentes, sem exceção, as traziam abaixo da barra de tarefas.
A qualidade inegável do produto, aliada à constante evolução e acréscimos de novos recursos, fizeram com que em apenas dois anos o Chrome saísse da última para a terceira posição na acirrada briga de navegadores, atrás apenas do ainda popularíssimo Internet Explorer, e do Firefox. Ao longo de todo esse tempo, a Google investiu muito em tornar o Chrome mais rápido e melhor, trouxe temas e extensões (hoje, mais de seis mil), e pequenas melhorias em detalhes que, juntos, fazem a diferença no dia-a-dia.
Para celebrar a data, hoje foi liberada a versão final/estável do Chrome 6, com diversas melhorias já vistas por quem utiliza o programa nos canais mais primitivos (Beta e Dev). Novo tema, ainda mais minimalista e agora com tons em cinza predominantes, aumento na velocidade de carregamento de JavaScript e menus unificados num só são as principais mudanças para usuários mais conservadores, que preferem estabilidade às inovações em primeira mão.
Chrome: 2 anos.
Para quem já usa o Chrome estável, basta ir ao menu, clicar em "Sobre o Chrome", e atualizar o programa, ou esperar que ele o faça automaticamente. Para os demais, o instalador está disponível em google.com/chrome.

Invento de Nikola Tesla pode salvar mineiros presos



Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/09/2010
Invento de Nikola Tesla pode salvar mineiros presos
Mineiros presos em minas podem usar esse gerador e receptor de ondas magnéticas para se comunicar com a superfície no caso de acidentes.[Imagem: Diana Gerrish/Lockheed Martin Corp.]
Enquanto o mundo acompanha com apreensão a longa operação de resgate dos mineiros presos em uma mina de cobre e ouro no Chile, um engenheiro aposentado dos Estados Unidos redescobriu uma técnica que poderá minimizar o impacto de incidentes como esse no futuro, agilizando a chegada do socorro.
Gerador de ondas magnéticas
O engenheiro Gary Smith foi o inspirador da redescoberta de um conceito desenvolvido por Nikola Tesla há mais de um século.
O pioneiro da eletricidade e das radiotransmissões já havia previsto que um gerador de ondas magnéticas pode ser usado para fazer transmissões sem fios.
O "rádio magnético" é basicamente um eletroímã, que pode ser alimentado por corrente alternada comum ou mesmo pela corrente contínua de baterias, tornando-o útil em situações de emergência.
Quando a eletricidade passa por um fio, devidamente enrolado em torno de um núcleo metálico, cria-se um campo magnético de baixa intensidade que pode alcançar centenas de metros. Da mesma forma que as ondas de rádio, esse campo magnético pode ser modulado para transmitir informações.
Contudo, ao contrário dos rádios, dos telefones celulares e dos telefones via satélite, cujas ondas não conseguem atravessar rochas, argila ou outros materiais que conduzem eletricidade, o sinal magnético atravessa facilmente as rochas mais densas.
Rádio magnético
Tesla experimentou esse conceito de comunicação por ondas magnéticas nos anos 1890, acreditando que ele fosse uma alternativa ao telégrafo de Marconi. Mas o alcance muito curto das transmissões, assim como a alta incidência de ruídos, desfez seus planos.
Mas o alcance não é um problema na maioria das situações de emergência envolvendo acidentes em minas, afirma David LeVan, da empresa Lockheed Martin, que desenvolveu o conceito inspirado por Gary.
O dispositivo de comunicação por ondas magnéticas, batizado de MagneLink (Magnetic Communication System), tem o tamanho de uma geladeira, e se mostrou capaz de oferecer comunicações seguras através de 500 metros de rocha sólida. Isto, segundo os engenheiros, atende a mais de 85% dos acidentes em minas subterrâneas.
Usando as tecnologias mais modernas de processamento de sinais, usadas nos telefones celulares, os engenheiros conseguiram praticamente eliminar o problema dos ruídos. Além de mensagens de voz, o protótipo também pode ser usado para enviar mensagens de textos.

Vapor de água no espaço pode se originar das estrelas


Agência Fapesp - 02/09/2010
Decoberto vapor de água ao redor da estrela CW Leonis
Quando o vapor de água foi descoberto, em 2001, ao redor da CW Leonis, os astrônomos acreditaram que ele se originaria de uma densa população de cometas. Essa hipótese agora foi descartada.[Imagem: Nasa]




Água de cometas
Astrônomos encontraram uma nova explicação para a presença de vapor de água ao redor de uma estrela gigante vermelha quase no final de sua vida.
O vapor de água, a uma temperatura de cerca de 700º C, foi detectado em 2001 ao redor da estrela CW Leonis, rica em carbono, algo até então inédito.
A melhor explicação então encontrada foi que a estrela deveria ser circundada por uma grande quantidade de cometas e asteroides, de onde se originaria a água - uma hipótese difícil de verificar para uma estrela que está a 650 anos-luz da Terra.
Água nas estrelas
Agora, um grupo de pesquisadores europeus decidiu estudar a mesma estrela usando imagens do telescópio espacial Herschel, lançado em maio de 2009 pela Agência Espacial Europeia (ESA).
Eles identificaram dezenas de linhas de vapor de água no espectro eletromagnético da CW Leonis - também conhecida como IRC+10216 - uma gigante vermelha.
Embora tenha uma massa de apenas 8 a 9 vezes a massa do Sol, a estrela é centenas de vezes maior - se fosse colocada no lugar do Sol, a CW Leonis se estenderia até além da órbita de Marte.
Segundo os cientistas, algumas das linhas espectrais são produzidas por transições de estados altamente excitados que, ao serem analisados, indicaram temperaturas que variam entre -200º C e 800º C.
Isso significa que a água não deriva da vaporização de gelo de outros corpos celestes, como cometas, e que ela está se formando em regiões muito próximas da estrela, onde cometas não poderiam existir de forma estável.
Decoberto vapor de água ao redor da estrela CW Leonis
Os cientistas sugerem que uma explicação possível para a presença de vapor é a produção fotoquímica de água por meio da ação de fótons ultravioleta, provavelmente vindos do espaço interestelar. [Imagem: ESA]
Assim, o vapor de água deve estar presente no chamado envelope interno da estrela.
Os cientistas sugerem que uma explicação possível para a presença de vapor é a produção fotoquímica de água por meio da ação de fótons ultravioleta, caso o envelope da estrela tenha uma estrutura que permita a penetração da luz até as regiões mais próximas em seu entorno.
Esses fótons ultravioleta se originariam da própria estrela ou, mais provavelmente, do espaço interestelar.
Química estelar
A descoberta expõe o fato de que o conhecimento sobre a química das estrelas mais velhas "ainda é rudimentar", dizem os astrônomos.
A rigor, a presença de vapor de água em temperatura tão elevada ao redor de uma estrela altera o conhecimento atual sobre química estelar, uma vez que em um ambiente com muita presença de carbono, em equilíbrio termodinâmico, não se esperava que moléculas cheias de oxigênio (com exceção de monóxido de carbono) estivessem próximas.
A descoberta também contradiz a ideia de que vapor de água não poderia se originar dos entornos de uma estrela, mas apenas a partir de regiões mais frias e distantes.
Bibliografia:

Warm water vapour in the sooty outflow from a luminous carbon star
L. Decin, M. Agúndez, M. J. Barlow, F. Daniel, J. Cernicharo, R. Lombaert, E. De Beck, P. Royer, B. Vandenbussche, R. Wesson, E. T. Polehampton, J. A. D. L. Blommaert, W. De Meester, K. Exter, H. Feuchtgruber, W. K. Gear, H. L. Gomez, M. A. T. Groenewegen, M. Guélin, P. C. Hargrave, R. Huygen, P. Imhof, R. J. Ivison, C. Jean, C. Kahane, F. Kerschbaum, S. J. Leeks, T. Lim, M. Matsuura, G. Olofsson, T. Posch, S. Regibo, G. Savini, B. Sibthorpe, B. M. Swinyard, J. A. Yates, C. Waelkens
Nature
2 September 2010
Vol.: 467, 64-67
DOI: 10.1038/nature09344

Cientistas pedem renascimento global da energia nuclear


Colin Smith - 01/09/2010
Cientistas pedem renascimento global da energia nuclear
O plano vislumbra a criação de reatores nucleares com peças substituíveis, minirreatores portáteis, reatores instalados em navios fornecendo "energia limpa" para os países e um florescimento de aplicações na área médica. [Imagem: Stefan Kühn/Wikimedia]




Um grupo de cientistas britânicos traçou um plano mestre de 20 anos para o renascimento mundial da energia nuclear.
O plano vislumbra a criação de reatores nucleares com peças substituíveis, minirreatores portáteis, reatores instalados em navios fornecendo "energia limpa" para os países e um florescimento de aplicações na área médica.
Usinas nucleares portáteis
Os cientistas, do Imperial College London e da Universidade de Cambridge, sugerem um plano em duas fases. Na primeira, os países que já possuem infraestrutura nuclear substituiriam ou aumentariam a vida útil das suas centrais nucleares. Isto prepararia o mundo para a segunda fase, de expansão global da indústria nuclear, por volta do ano de 2030.
A equipe, que revisou uma série de estudos publicados por outros cientistas, afirma que seu roteiro pode preencher uma lacuna na produção de energia, na medida que as centrais nucleares antigas, assim como as plantas a gás e carvão ao redor do mundo estão sendo desativadas; e, segundo eles, ajudaria a reduzir a dependência do planeta dos combustíveis fósseis.
"Nosso estudo explora as possibilidades entusiasmantes que um renascimento da energia nuclear pode trazer para o mundo. Imagine usinas nucleares portáteis que, no final de sua vida útil, possam ser enviadas de volta ao fabricante para reciclagem com total segurança, eliminando a necessidade de os países lidarem com resíduos radioativos. Com o investimento necessário, essas novas tecnologias poderiam ser viáveis.
"Preocupações sobre as mudanças climáticas, a segurança energética e o esgotamento das reservas de combustíveis fósseis têm estimulado um renascimento do interesse na produção nuclear de energia e nossa pesquisa define uma estratégia para o crescimento da indústria a longo prazo, incluindo o processamento e o transporte dos resíduos nucleares de uma forma segura e responsável," entusiasma-se o professor Robin Grimes, um dos autores do estudo.
Reatores rápidos
Os pesquisadores sugerem em seu estudo que, com base no desenvolvimento atual das tecnologias, novos tipos de reatores muito mais eficientes do que os reatores atuais poderiam ser colocados em funcionamento por volta de 2030.
Hoje, a maioria dos países possui reatores de água leve, que utilizam apenas uma pequena porcentagem do urânio para gerar energia, o que significa que o urânio é usado de forma ineficiente. A equipe sugere que poderiam ser desenvolvidos novos "reatores rápidos", capazes de usar o urânio com uma eficiência aproximadamente 15 vezes maior, o que significaria que as reservas de urânio poderiam durar mais tempo, garantindo a segurança energética dos países.
Outra ideia é desenvolver reatores com peças substituíveis, de modo que eles possam durar mais de 70 anos, em comparação com os 40 ou 50 anos que as usinas podem operar atualmente.
Os reatores estão sujeitos a condições adversas, incluindo a radiação e temperaturas extremas, o que significa que as peças degradam-se ao longo do tempo, afetando a vida do reator. Reatores com peças substituíveis se tornariam muito mais eficientes e seguros para funcionar durante longos períodos de tempo.
Tecnologias nucleares flexíveis
Para os países que não têm uma indústria nuclear estabelecida, os cientistas sugerem a adoção de tecnologias nucleares flexíveis.
Uma das propostas inclui o uso de usinas nucleares a bordo de navios, que poderiam ser ancorados ao longo da costa, gerando eletricidade para as cidades próximas. Isso poderia reduzir a necessidade de construção de grandes redes de distribuição, tornando mais rentável para os governos a introdução de uma indústria nuclear a partir do zero.
Os pesquisadores também sugerem a construção de reatores modulares pequenos que nunca precisem de reabastecimento. Eles poderiam ser entregues a países como unidades seladas, gerando energia por cerca de 40 anos.
No final de sua vida, o reator seria devolvido ao fabricante para desativação e eliminação. Como o manuseio do combustível nuclear não é feito no período de geração de eletricidade, a equipe afirma que as doses de radiação para os trabalhadores seriam reduzidas, o que significa que as plantas seriam mais seguras de se operar.
Os cientistas acreditam que a implementação de tecnologias flexíveis, como reatores que possam ser devolvidos ao fabricante no final de sua vida útil, também desempenharia um papel importante na prevenção da proliferação de armas nucleares, já que somente o país de origem teria acesso ao combustível, o que significa que outros países não poderiam reprocessar o combustível para uso em armas.
No futuro imediato, os pesquisadores sugerem que a primeira fase do pretendido renascimento da indústria nuclear se baseará na extensão da vida útil das atuais centrais nucleares.
Isso poderia ser possível através do desenvolvimento de novas tecnologias para o monitoramento dos reatores, permitindo-lhes durar mais tempo porque os engenheiros poderiam avaliar continuamente o desempenho e a segurança das usinas.
Lixo nuclear
Os pesquisadores dizem também que é necessário desenvolver novas estratégias globais para lidar com o combustível irradiado e com os componentes radioativos.
Até hoje os países não criaram uma estratégia coordenada para lidar com os resíduos nucleares. Uma das sugestões é o desenvolvimento de centros regionais, para onde os países poderiam enviar os seus resíduos para reciclagem, criando novas indústrias no processo.
"No passado, havia a percepção do público de que a tecnologia nuclear não era segura. Entretanto, o que a maioria das pessoas não sabe é quanta ênfase a indústria nuclear coloca na segurança. Na verdade, a segurança está no coração da indústria. Com melhorias contínuas no projeto dos reatores, a energia nuclear continuará a cimentar a sua posição como uma parte importante do nosso fornecimento energético no futuro," diz o professor Grimes.
No entanto, os autores advertem que os governos ao redor do mundo devem investir mais na formação da próxima geração de engenheiros nucleares. Caso contrário, a não terão pessoal qualificado em número suficiente para tornar o renascimento da indústria nuclear uma realidade.
Bibliografia:

Generating the option of a two-stage nuclear renaissance
Robin W. Grimes, William J. Nuttall
Science
13 August 2010
Vol.: 329: 799-803
DOI: 10.1126/science.1188928

Físicos criam equação que descreve gol de falta de Roberto Carlos

Victoria Gill - BBC - 02/09/2010


Física do gol

Um dos gols mais incríveis da história do futebol, marcado pelo lateral esquerdo Roberto Carlos pela seleção brasileira há 13 anos, foi tema de um estudo feito por físicos na França.
O gol marcado pelo jogador em 1997 contra a França, em um torneio amistoso em Paris, ficou famoso pela enorme curva na trajetória da bola, que deixou o goleiro Fabian Barthez perplexo e sem reação.
Uma pesquisa publicada na revista científica New Journal of Physics sugere que aqueles que dizem que o gol foi um golpe de sorte estão errados.
A equipe de físicos franceses estudou a trajetória da bola e elaborou uma equação que a descreve.
Eles afirmam que a jogada pode ser repetida se a bola for chutada com muita força, com o efeito correto e - mais importante - a uma grande distância do gol.
Curva em formato de caracol
Muitos comentaristas chamavam a jogada de Roberto Carlos de "o gol que desafia a física", mas o estudo mostra que uma equação matemática pode descrever perfeitamente a trajetória da bola.
"Nós mostramos que a trajetória natural de uma esfera quando ela gira é em espiral", disse à BBC o físico Christophe Clanet, da Ecole Polytechnique de Paris.
Físicos criam equação que descreve gol de falta de Roberto Carlos
Esta é a equação que descreve o movimento da bola no famoso gol de falta feito por Roberto Carlos. [Imagem: Dupeux et al.]
Clanet disse que a trajetória da bola é em formato de caracol, com a curvatura da bola aumentando na medida em que ela vai viajando no ar.
Como Roberto Carlos estava muito longe do gol quando chutou a bola, a 35 metros, a trajetória em espiral era visível.
A previsão dos físicos é de que a bola faria mais curvas para a esquerda, até entrar em espiral, caso não sofresse a ação da gravidade ou encontrasse nenhum obstáculo à sua frente. No caso do chute de Roberto Carlos, o obstáculo era a rede.
Desafiando a gravidade
Em algumas simulações, os cientistas usaram tanques de água e bolas de plástico com a mesma densidade da água para estudar a trajetória. Com isso, eles puderem eliminar os efeitos da turbulência aérea e da gravidade, estudando apenas a trajetória.
"Em um campo de futebol, às vezes nós vemos algo próximo a essa espiral ideal, mas a gravidade modifica um pouco as coisas", disse Clanet.
Físicos criam equação que descreve gol de falta de Roberto Carlos
Muitos comentaristas chamavam a jogada de Roberto Carlos de "o gol que desafia a física", mas o estudo mostra que uma equação matemática pode descrever perfeitamente a trajetória da bola. [Imagem: BBC]
"Mas se o chute for potente o suficiente, como o de Roberto Carlos, é possível minimizar o efeito da gravidade."
O fator mais importante, segundo o físico, é a distância.
"Se a distância é pequena, você só vê a primeira parte da curva. Mas como a distância era grande no chute de Roberto Carlos, você vê a curvatura aumentando. Então você vê a trajetória completa."

1997 Roberto Carlos Free Kick vs. France


Bibliografia:

The spinning ball spiral
Guillaume Dupeux, Anne Le Goff, David Quéré, Christophe Clanet
2 Setembro 2010
Vol.: 12 093004
DOI: 10.1088/1367-2630/12/9/093004

Placas gráficas ameaçam sistema de segurança baseado em senhas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/09/2010

Placas gráficas ameaçam sistema de segurança baseado em senhas
O enorme poder de processamento das placas gráficas mais modernas tornou a tarefa de quebrar senhas um problema que pode ser resolvido em algumas horas, em vez de semanas ou meses, como antigamente. [Imagem: Gary Meek]
Senha de sete caracteres
O poder de processamento das placas gráficas começa a ameaçar o sistema de segurança da tecnologia da informação, baseada sobretudo em senhas escolhidas pelos usuários.
O alerta está sendo feito pelos pesquisadores Josh Davis, Richard Boyd e Carl Mastrangelo, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Geórgia, nos Estados Unidos.
O poder computacional das GPUs (Graphics Processing Units) foi considerado revolucionário ao trazer para os computadores comuns a capacidade de processamento dos supercomputadores de poucos anos atrás.
Os pesquisadores analisaram como se esse poder de cálculo, disponível para qualquer um, ao custo de algumas centenas de dólares, pode mudar o quadro da segurança da informação em todo o mundo - um quadro largamente dominado pelas senhas.
"Nós usamos processadores gráficos disponíveis no mercado para testar a integridade das senhas tipicamente usadas aqui na universidade e em vários outros lugares", conta Richard Boyd.
"Agora podemos dizer com certeza que uma senha de sete caracteres é absolutamente inadequada - e como o poder de processamento das GPUs continua a crescer a cada ano, a ameaça vai aumentar," diz o pesquisador.
Computadores paralelos multicore
Projetadas para lidar com as exigências cada vez maiores dos jogos de computador, as placas gráficas topo de linha são hoje capazes de processar informações a uma taxa de cerca de dois teraflops - um teraflop corresponde a um trilhão de operações de ponto flutuante por segundo.
Para colocar isso em perspectiva, no ano de 2000 o mais rápido supercomputador do mundo, um cluster de máquinas interligadas que custou US$110 milhões, alcançava pouco mais de sete teraflops.
As unidades de processamento gráficas são tão rápidas porque são projetadas como computadores paralelos. Na computação paralela, um dado problema é dividido entre vários processadores, chamados núcleos, e estes múltiplos núcleos (multicore) cuidam simultaneamente das diversas partes do problema.
Até recentemente, os processadores multicore das placas gráficas - fabricados por empresas como a Nvidia ou a AMD ATI - eram difíceis de usar para qualquer coisa que não fosse gerar gráficos para serem mostrados em um monitor de computador.
Para resolver um problema não-gráfico em uma GPU, o programador precisava codificar seu problema em termos gráficos, uma tarefa quase sempre muito difícil.
Quebra de senha por força bruta
Mas isso mudou em fevereiro de 2007, quando a Nvidia disponibilizou um kit de desenvolvimento com ferramentas que permitem que os usuários programem uma GPU diretamente usando a tradicional linguagem de programação C.
Isso tornou disponível todo o poder de processamento das GPUs para rodar uma técnica de quebra de senhas conhecida como "força bruta" - que envolve essencialmente tentar todas as senhas possíveis até encontrar aquela que dá acesso a um sistema.
Para senhas comuns - e os usuários costumam usar senhas compostas principalmente de letras minúsculas e formando palavras fáceis de serem lembradas - o programa resolve o desafio em muito pouco tempo.
"O tamanho é um fator importante na proteção contra a descoberta de uma senha por força bruta," explica Davis. "Se um teclado de computador contém 95 caracteres, cada vez que você adiciona outro caracter [na senha], a sua proteção sobe exponencialmente, por 95 vezes."
Frases como senhas
A complexidade também aumenta a segurança. Adicionar números, símbolos e caracteres maiúsculos aumenta significativamente o tempo necessário para decifrar uma senha por tentativa e erro.
Davis acredita que a melhor senha é uma frase inteira, de preferência uma que inclua números ou símbolos. Isso porque a frase é longa e complexa, mas fácil de lembrar. O problema é que a maioria dos sistemas não aceita senhas tão longas e nem mesmo aceita espaços.
Ele diz que qualquer senha menor do que 12 caracteres pode ser vulnerável - se não agora, estará vulnerável em breve, graças ao ritmo alucinante de aumento da capacidade de processamento das placas gráficas.

Elétrons são flagrados com massa negativa


Elétrons em alta velocidade ficam com massa negativa
O pesquisador Wilhelm Kuehn alinha o equipamento onde foram feitos os experimentos que flagraram elétrons com massa negativa no interior de um cristal.[Imagem: Uwe Bellhäuser]
Físicos do Instituto Max Born, em Berlim, descobriram que elétrons no interior de cristais semicondutores têm uma massa inercial negativa quando são fortemente acelerados em um campo elétrico.
Força e aceleração
No século 17, Isaac Newton descobriu que uma força faz com que um corpo acelere. A massa inercial do corpo é determinada pela relação entre força e aceleração - assim, dada uma mesma força, um corpo mais leve é acelerado mais fortemente do que um corpo pesado.
Assim, partículas elementares, como os elétrons livres, que têm uma massa de apenas 10 elevado a -30 - ou 0, ... (29 zeros)... 1 kg - podem ser acelerados em campos elétricos a velocidades extremamente altas.
Se o campo elétrico for pequeno, o movimento dos elétrons no interior de cristais é regido pelas mesmas leis. Neste regime, a massa de um elétron no cristal é apenas uma pequena parte da massa de um elétron livre.
Elétron com massa negativa
O que pesquisadores agora demonstraram é que os elétrons nos cristais, quando submetidos a campos elétricos extremamente elevados, apresentam um comportamento completamente diferente.
Segundo os experimentos, a massa dos elétrons se torna até mesmo negativa!
Para obter esse resultado, eles aceleraram os elétrons até uma velocidade de 4 milhões de quilômetros por hora em um período e tempo extremamente curto de 100 femtossegundos = 0,000 000 000 000 1 segundo.
Como a massa de um corpo é positiva, a aceleração deve se dar sempre no mesmo sentido da força aplicada sobre ele.
Contudo, logo depois de ser acelerado, o elétron pára e então, inesperadamente, move-se para trás.
Isto significa que a aceleração está no sentido oposto à força, o que só pode ser explicado, segundo os físicos, por uma massa inercial negativa do elétron.
Clock de terahertz
Apesar de estranhos, os resultados estão de acordo com os cálculos feitos pelo Prêmio Nobel de Física Felix Bloch, mais de 80 anos atrás.
Segundo os físicos, a verificação experimental do fenômeno abre caminho para um novo regime de transporte de cargas elétricas, com grande impacto nos futuros dispositivos microeletrônicos.
As frequências observadas estão na faixa dos terahertz (1 THz = 1000 GHz = 10 elevado à potência 12 Hz), cerca de 1000 vezes superior à taxa de clock dos computadores mais modernos.
Bibliografia:

Coherent ballistic motion of electrons in a periodic potential
W. Kuehn, P. Gaal, K. Reimann, M. Woerner, T. Elsaesser, R. Hey
Physical Review Letters
Vol.: 104, 146602 (2010)
DOI: 10.1103/PhysRevLett.104.146602